Vitima de Bullying

Certa vez conheci uma moça (pra não dizer Eu mesma) que tinha vergonha dos pés.

Quando me tornei mocinha e ia a praia, sempre dava um jeito de escondê-los, para que as pessoas não vissem e fizessem chacotas. Uns até me perguntavam:

- "Por que você sempre que vem a praia enterra seus pés na areia?"
- "Faço porque gosto de sentir a terra molhada refrescando os meus pés"
- "Cuidado moça, para não contrair micose", disse um deles.

Pois é, amigos. Fui vitima de bullying, só porque meu pé é chato. Teve até um engraçadinho que falou "e aí, garota, vai surfar hoje?"

Coitado dos meus pés, vitima de preconceito, só queria respirar abafado na areia ou em um sapato fechado.

Incomodada com a situação que não tinha jeito, já que não poderia serrar meus pés, resolvi assumí-lo, colocando em um blog e melhorando assim minha auto-estima, porque descobri o quanto eles são importantes para mim.

Até hoje me pergunto "por que fui a escolhida?", já que existem pés mais feios que os meus (pés gordos, magros, largo, feio, pequeno, grande, rachado, quebrado, com calo e com chulé)

Queria ter um pé assim

O doido nu

Certo dia, estava no trabalho e levava a cliente até a porta para me despedir dela. De repente ouvi um grito: "MEU DEUS, O QUE É ISSO?". O rei da batata-frita, um vendedor chamado Jean, apontou na direção da qual todos olharam. A cena: um homem vestindo somente um blazer. Da cintura para baixo estava nu. Percebi de cara que o homem não era normal. Nisso, um bêbado veio correndo em disparada e pediu para o doido se cobrir. Ao invés de cobrir as partes intimas, cobriu a cabeça com o resto do blazer, mostrando ainda mais seu corpitcho escultural e bem-dotado (é sério!). O comentário geral era de que Deus tinha sido generoso com o doido.

A cliente me olha nos olhos, suspira e diz, apontando para aquela paudurescencia: "Meu deus, faz três meses que estou separada". Dei gargalhadas com a situação e ri mais ainda depois que uma transeunte do alto dos seus 70 anos, ao olhar para o doido, disse a minha cliente "E é porque está dormindo!"

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Na mesma hora, liguei para minha irmã e contei o causo. Ela me respondeu: "Segura o cara aí, que eu tô chegando!"

Este louco causou inveja nos homens da proximidade. Um deles, um carioca conhecido pela sua fama de raparigagem, soltou essa perola: "Pô, meu! Perdi pro cara!"

Na loja

Escuta essa: hoje, na saída do trabalho, vi passando duas moças saindo da liquidação mais próxima onde haviam comprado um ventilador em 12x sem juros (pobre é uma desgraça). Ambas usavam um top desbotado pelo tempo e uma das sirigaitas desfilava com sua calça lycra rasgada na lateral, enquanto a outra trajava uma calça jeans bufenta. Os cabelos, molhados pela chuva fina, faziam com que sua chapinha feita no dia anterior fosse para o brejo. Não iria dar importância a isso, um fato corriqueiro, mas ouvi uma falando para outra: "Nós estamos na favela do centro!", e a outra respondeu "Ai, mulher, eu nunca passei por essa rua, tô com medo!".

Me deu vontade de rir, mas fiquei possessa. Mal sabiam elas que o lugar que estavam transitando era o famoso Beco da Lama, conhecido como Rua dos Poetas, um ponto de encontro histórico dos boémios da cidade.

Não deu outra, tentei me segurar, mas não consegui e respondi: "Minha filha, pelos seus trajes, nem preciso dizer onde tu mora".

Mulher

Vida, morte
Alegria, tristeza
Dor, sofrimento
É amor
É rosa e espinho
É companheira, mãe, amante, amiga
É bela? é feia?
É negra? é branca?
Não tem cor.
Pois ela é a luz
Que ilumina como a lua
Que brilha como as estrelas
E queima com o sol
Mulher é muito mais que um soneto
É mais que um poema
É tudo o que você possa imaginar
Pois ela está presente
Na imaginação do homem
E na fertilidade da vida

(autoria própria)